
A cotação do dólar abriu o mercado nesta quinta (10) com uma poderoso subida de 2,1% a R$ 5,62 depois o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor uma sobretaxa de 50% a produtos brasileiros exportados para o país norte-americano. A subida durou alguns minutos e reduziu para 1,43% por volta das 9h30, cotado a R$ 5,58.A preâmbulo em subida mostra um pessimismo de investidores do mercado financeiro com os rumos que a taxação de Trump pode tomar no Brasil, principalmente depois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizar que aplicará a Lei da Reciprocidade, pela primeira vez, para responder à taxação.Há a expectativa de que a B3 – a Bolsa de Valores de São Paulo – também tenha as negociações afetadas ao longo do dia.VEJA TAMBÉM:Governo devolve missiva de Trump e convoca novamente encarregado da embaixada dos EUAPara o economista Luan Aral, perito em câmbio da Genial Investimentos, a crise entre o Brasil e os Estados Unidos escalou para além da esfera econômica do mercado financeiro.“Saímos da esfera econômica, de superávit ou déficit entre os países, e partimos para a esfera política e diplomática. Ficou evidente na missiva enviada por Trump, quando ele cita o ex-presidente [Jair Bolsonaro, PL] e o sistema judiciário no Brasil”, disse em entrevista à GloboNews.Aral afirma que essa decisão do líder norte-americano aumenta o risco econômico no Brasil para empresas e investidores, com empresários estrangeiros olhando o país com mais suspeição para fazer negócios.“Diante disso, nós vemos cá uma fuga de capital nesse momento. Aconteceu ontem (quarta, 9), com o dólar subindo mais de 2%, e está acontecendo hoje (quinta, 10) também. A expectativa é de que continue acontecendo essa fuga de capitais principalmente agora que o presidente Lula resolveu retaliar ou, pelo menos, sinalizou usar a novidade Lei da Reciprocidade aprovada em abril”, destacou.O uso da lei e uma resposta uniforme do governo é discutida ao longo da manhã em uma reunião de Lula com os ministros Rui Costa (Mansão Social), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Sidônio Palmeira (Secom), no Palácio da Alvorada.