
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) já investiu mais de 50 milhões de dólares na reconstrução de mais de 30 infra-estruturas destruídas durante os ataques terroristas na província de Cabo Ténue, na região Setentrião de Moçambique.
“Até à presente data, o PNUD investiu mais de 50 milhões de dólares para estribar a implementação do Programa de Reconstrução de Cabo Ténue (PRCD), através da reparação e apetrechamento de mais de 30 infra-estruturas públicas”, afirmou o governador de Cabo Ténue, Valige Tauabo.
Citado pela Lusa, o responsável descreveu que a verba foi alocada à reconstrução dos distritos de Palma, Mocímboa da Praia, Quissanga, Macomia, Muidumbe e Nangade, sublinhando que, nos próximos dias, serão inaugurados os governos distritais.
Nesta quinta-feira, 10 de Julho, o PNUD efectuou a entrega ao Executivo lugar de dez viaturas e 15 triciclos destinados a ajudar nas actividades daquela província. Os meios resultam de um contributo dos parceiros das Nações Unidas, concretamente Japão e União Europeia, que apoiam Moçambique na reconstrução dos distritos destruídos pelos terroristas.
“Estes veículos facilitarão o trabalho das equipas no terreno, mormente nas zonas mais remotas, e vão substanciar a capacidade de mobilidade das instituições do Estado e fiscalização das obras em reconstrução nas zonas outrora afectadas pelos ataques terroristas”, explicou a coordenadora residente do PNUD em Moçambique, Catherine Sozi.
Desde Outubro de 2017, Cabo Ténue (província rica em recursos naturais, nomeadamente gás) tem sido palco de uma insurgência armada que já provocou milhares de mortos e originou uma crise humanitária com mais de um milhão de deslocados internos.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques perpetrados por grupos extremistas islâmicos na província, representando um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Meio de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Resguardo do Governo norte-americano especializada na estudo de conflitos em África.
Em Abril, os ataques alastraram também à vizinha província do Niassa. Um dos episódios mais graves ocorreu na Suplente do Niassa e no Meio Ambiental de Mariri, no província de Mecula, onde grupos armados não estatais atacaram instalações, roubaram bens, destruíram acampamentos e uma avião do parque. Estes actos resultaram na morte de, pelo menos, duas pessoas, e levaram à movimento de mais de dois milénio indivíduos, dos quais 55% crianças.a d v e r t i s e m e n t