Exportações podem desabar R$ 128 bilhões com tarifaço de Trump

tarifaco-trump-exportacoes-960x540 Exportações podem desabar R$ 128 bilhões com tarifaço de Trump
A provável perda de US$ 23 bilhões em negócios com os Estados Unidos — segundo maior rumo das exportações brasileiras — até 2026 está levando empresários a pressionar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a buscar negociações diplomáticas para volver o tarifaço de Trump, anunciado na quarta-feira (9). Mas eles devem enfrentar a relutância do petista, que pretende infligir a Lei de Reciprocidade Econômica.A sobretaxa de 50% em todos os produtos importados do Brasil a partir de 1º de agosto pode reduzir as exportações do país em muro de US$ 6,5 bilhões neste ano e outros US$ 16,5 bilhões em 2026, totalizando US$ 23 bilhões em perdas até o termo do ano que vem, segundo cálculos da XP Investimentos.Os exportadores de produtos de maior valor associado devem sentir mais os efeitos negativos da medida do que a agropecuária, menos dependente do mercado norte-americano.”Siderurgia, mineração, automotivo, aeronáutico e petróleo estão entre os mais afetados, devido à subida sujeição do mercado norte-americano”, diz Jackson Campos, diretor de relações institucionais na AGL Função e técnico em negócio exterior.“Mesmo setores porquê farmacêutico, têxtil, calçadista e víveres enfrentam riscos, já que a medida é ampla e atinge todas as exportações. A decisão eleva custos, reduz competitividade e gera instabilidade mercantil. O empresariado brasiliano precisará variar mercados, buscar acordos bilaterais mais robustos e adotar estratégias de mitigação de risco para enfrentar o novo cenário geopolítico e mercantil mais protecionista”, diz o executivo.Tarifaço de Trump deixou exportadores surpresosO tarifaço de Trump pegou de surpresa muitos setores. Um dos mais preocupados é a indústria de petróleo e derivados. A commodity é o principal resultado exportado para a maior economia global.O Instituto Brasílico de Petróleo e Gás (IBP), entidade representativa do setor, defende o diálogo acessível entre as lideranças brasileiras e norte-americanas para encontrar uma solução diplomática e preservar o fluxo mercantil entre as duas maiores economias do continente.A indústria de transformação também teme os efeitos negativos da novidade tarifa. Os EUA são o principal mercado do setor no exterior. “Não existe qualquer veste econômico que justifique uma medida desse tamanho, elevando as tarifas sobre o Brasil do piso ao teto. Os impactos dessas tarifas podem ser graves para a nossa indústria, que é muito interligada ao sistema produtivo americano”, diz Ricardo Alban, presidente da entidade empresarial.Segundo ele, uma quebra nessa relação traria muitos prejuízos à economia brasileira. “Por isso, para o setor produtivo, o mais importante agora é intensificar as negociações e o diálogo para volver essa decisão”, diz ele.A preocupação é a mesma no segmento plástico. O presidente do parecer da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz, diz que exportar para os Estados Unidos significa competir em elevado nível e acessar um dos mercados mais exigentes e muito remunerados do mundo.”São empresas que investem em tecnologia, em qualidade e que sustentam empregos de melhor remuneração. Uma tarifa de 50% torna praticamente inviável esse tipo de operação, afetando diretamente o faturamento, a rentabilidade e os empregos de qualidade dessas empresas”, afirma.Efeitos indiretos também poderão ser sentidos, já que o plástico está presente em 95% dos produtos brasileiros exportados, compondo, por exemplo, embalagens, componentes automotivos, sistemas de regadura, estufas e logística. “Também será afetado pela retração de outros segmentos exportadores.”“Além da exportação direta de produtos plásticos, porquê filmes e embalagens técnicas, nosso setor será afetado indiretamente pela retração de outros setores exportadores”, diz o presidente do parecer da Abiplast.A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) também se manifestou em resguardo do diálogo e entendimento entre Brasil e Estados Unidos. “É fundamental que os canais diplomáticos e institucionais sejam mobilizados para restabelecer o envolvente de crédito e previsibilidade que sempre caracterizou a relação bilateral. O caminho do entendimento sempre é o mais construtivo e perene”, diz nota da Abit.Agronegócio teme subida nos custos de produção com tarifaço de TrumpA preocupação em relação ao tarifaço de Trump também tomou conta do agronegócio brasiliano, apesar de os Estados Unidos não serem um dos principais clientes. Há risco de aumento de custos de insumos e, consequentemente, inflação para o consumidor.A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) diz que, se a novidade tarifa for de veste implementada, haverá “efeitos profundos no campo e na mesa dos brasileiros”.“Os EUA são um parceiro estratégico do Brasil, principalmente no setor agropecuário. Exportamos carnes, moca, suco de laranja, etanol de milho e aeronaves da Embraer, que dependem de peças americanas. O aumento nas exportações de carnes influencia diretamente o consumo de soja e milho, já que a engorda de aves e suplementação nutricional com rações e o confinamento bovino são cada vez mais utilizados no Brasil”, afirma a nota da entidade.“Importamos dos EUA combustíveis prontos, porquê óleo diesel, gasolina e nafta, essenciais para a produção agrícola e o transporte de víveres, desde a lavoura até os centros de distribuição. Um encarecimento desses insumos elevará os custos de produção e poderá impactar os preços dos víveres, agravando a inflação”, enfatiza a associação.A entidade ressalta ainda que o Brasil importa máquinas agrícolas de subida tecnologia e componentes porquê chips, processadores e sistemas avançados, fundamentais para a competitividade do agro brasiliano. “Barreiras comerciais podem dificultar esse chegada e travar a inovação no campo.”Com a inflação em subida, a Aprosoja alerta ainda para um risco de novo aumento da taxa básica de juros (Selic), encarecendo ainda mais o crédito rústico, que já está entre os mais caros da história recente. “Isso desestimula o produtor, que enfrenta margens negativas e uma das maiores crises do setor nos últimos 20 anos.”O presidente da Sociedade Rústico Brasileira (SRB), Sérgio Bortolozzo, afirma que a decisão culpa mortificação e exige atenção imediata do governo brasiliano. “Não é bom para o Brasil, nem para os Estados Unidos. Temos uma posição confortável, já que somos o principal fornecedor de moca e músculos bovina para o país, mas será necessário um concordância muito muito coordenado para volver isso”, diz. O caminho, segundo ele, passa por negociações diplomáticas.O presidente interino da Federação da Lavoura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Eduardo Perin Meneguette, também defende que o governo aja para prometer a segurança do setor. “A sobretaxa dos Estados Unidos às exportações brasileiras acende um sinal de alerta […] Essa medida pode prejudicar nossos produtores e comprometer a presença do Brasil no mercado internacional”, declarou.Para o presidente da Federação da Lavoura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, a decisão do governo americano reflete uma “falta de diplomacia brasileira e de visão estratégica do governo”. Ele considera que faltou prontidão por secção do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em buscar o diálogo com a gestão de Trump.Ele destaca que Brasil precisa adotar uma postura mais ativa nas mesas de negociação, fortalecendo canais de diálogo permanentes com os Estados Unidos, assim porquê os demais parceiros, e utilizando os acordos multilaterais e fóruns internacionais porquê ferramentas de pressão e resguardo.Tarifaço pode dificultar venda de produtos industrializadosSegundo o levantamento da XP, um aumento de 10% nos preços de produtos manufaturados reduziria o volume exportado em aproximadamente 20%. “Assim, com o recente proclamação de aumento de 50% nas tarifas, as vendas de manufaturados para os EUA seriam inviabilizadas”, diz o relatório.“Por outro lado, exportações de bens básicos (commodities) são menos sensíveis ao preço e, mais importante, podem ser redirecionadas para outros mercados”, ressalta a corretora.Os analistas calculam que as tarifas mais altas podem reduzir o prolongamento do Resultado Interno Bruto (PIB) brasiliano em 0,3 pontos porcentuais em 2025, e 0,5 pontos porcentuais em 2026.Marcos Hanna, economista da Armada Asset Investimentos, afirma que o impacto mais direto na novidade taxação para o mercado brasiliano se concentra principalmente em siderúrgicas, porquê Gerdau, CSN e Usiminas, que já sofrem uma tarifação mais elevada, e grandes produtoras de carnes, porquê a JBS e a Marfrig, que tem mais da metade de sua receita derivada de exportações aos Estados Unidos.“A Embraer também sentirá efeitos da tarifação devido à elevação nos custos e incapacidade de repassar o aumento da tarifa integralmente para seus clientes, comprimindo sua margem.”“Outras que tendem a ser afetadas negativamente são empresas com ressaltado dispêndio de produção e dispêndio da dívida em dólar, uma vez que há pressão para desvalorização do real em um cenário de balança mercantil se deslocando para o lado americano.”Ele reforça que o setor agrícola, apesar da elevada participação nas exportações brasileiras, tem pouca sujeição dos Estados Unidos – muro de 6% do valor totalidade exportado desembarca em território americano.”É originário que haja um redirecionamento de exportação, aproximação de outros parceiros comerciais e repasse de tarifas para o preço dos produtos exportados, de forma que os impactos sobre as empresas brasileiras sejam menos acentuados”, ressalta.Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, por sua vez, diz que o momento é de cautela em razão da possibilidade de a novidade tarifa ser reduzida ou até suspensa até o dia 1º de agosto. “Essa novidade estratégia tem tudo para vangloriar a incerteza sobre o cenário econômico com o consequente aumento de volatilidade nos mercados”, diz Igliori.Segundo ele, oferecido o histórico de Trump, analistas e agentes econômicos deverão especular sobre a credibilidade dessas novas medidas. “Será que dessa vez será para valer ou é mais uma cartada para incentivar negociações que até o momento ficaram restritas a poucos países?”, questiona.O economista afirma que cenários com aumento de inflação e perda de atividade devem voltar ao radar e o modo do compasso de espera deve permanecer ativado por mais um tempo, pondera o economista.Apesar de Trump ter argumentado que a tarifa suplementar de 50% seria necessária para lastrar a balança mercantil entre Estados Unidos e Brasil, a relação de negócio entre os países é superavitária para os americanos desde 2009.No ano pretérito, os Estados Unidos venderam US$ 283,85 milhões a mais do que importaram do Brasil. No primeiro semestre de 2025, a balança mercantil entre os dois países é positiva para os Estados Unidos em US$ 1,67 bilhão, segundo dados da Secretaria de Negócio Exterior (Secex).O resultado brasiliano mais vendido é o petróleo bruto: US$ 5,83 bilhões em exportações para o mercado americano em 2024. Na sequência, vêm produtos semimanufaturados de ferro ou aço, aviões e moca. As vendas de pastas químicas de madeira, suco de laranja e músculos bovina também são relevantes.

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