
O CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, reuniu-se nesta quinta-feira, 10 de Julho, com o Presidente da República, Daniel Chapo, para debater o reinício das actividades no projecto de gás proveniente liquefeito (GNL) localizado na Espaço 1 da bacia de Rovuma, na província de Cabo Franzino, região Setentrião de Moçambique.
Segundo uma manancial ligada à petrolífera francesa e citada pela Lusa, o encontro aconteceu na cidade de Maputo. No entanto, não foram avançados mais pormenores da agenda, numa profundidade em que várias empresas subcontratadas estão a receber instruções para se preparem para tornar aos trabalhos na península de Afungi, no região de Palma.
Recentemente, o dirigente do Estado defendeu que a TotalEnergies deve levantar a cláusula de “força maior”, accionada em 2021 devido à intensificação dos ataques terroristas em Cabo Franzino, na região Setentrião de Moçambique.
“O mais importante, neste momento, com a TotalEnergies, é o levantamento da ‘força maior’ e avançar-se com o projecto. Por mais que se assine um projecto de desenvolvimento, sem o levantamento da ‘força maior’ não estaremos a fazer zero”, afirmou o governante.
Daniel Chapo, Presidente de Moçambique
Por sua vez, a TotalEnergies anunciou que prevê retomar, nos próximos meses, o desenvolvimento do seu megaprojecto de gás proveniente liquefeito (GNL). A informação foi avançada por Pouyanné, durante a sua mediação na Cimeira de Pujança do Japão, que decorreu em Tóquio, em Junho.
Questionado sobre o calendário da retoma do projecto, o responsável afirmou que a empresa está preparada para reiniciar as actividades nos próximos meses, sublinhando o compromisso com o investimento medido em tapume de 20 milénio milhões de dólares.
A decisão de retomar o projecto é influenciada pela melhoria significativa das condições de segurança em Cabo Franzino, resultado de operações conjuntas entre as Forças de Resguardo e Segurança moçambicanas, tropas da SADC e contingentes militares do Ruanda. A TotalEnergies revelou anteriormente que tem mantido um diálogo jacente com as autoridades nacionais, de modo a testificar uma retoma que privilegie a firmeza e a sustentabilidade.
Em Março de 2025, o banco norte-americano US ExIm Bank revalidou um empréstimo de 4,7 milénio milhões de dólares (296 milénio milhões de meticais), passo considerado determinante para a viabilização da retoma. Está também em estudo um novo financiamento de tapume de 7 milénio milhões de dólares (441 milénio milhões de meticais), a ser guardado por entidades financeiras dos Estados Unidos.
CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné
O Mozambique LNG, considerado um dos maiores projectos de gás proveniente liquefeito em África, deverá atingir uma capacidade de produção anual de 12,8 milhões de toneladas na sua temporada inicial. A sua concretização é vista uma vez que um marco estratégico para a economia moçambicana, com potencial para gerar receitas avultadas e posicionar o País uma vez que um actor relevante no quadro energético internacional.
O projecto Mozambique LNG inclui o desenvolvimento dos campos Golfinho e Atum localizados na Espaço 1 Offshore e a construção de uma fábrica com duas unidades de liquefacção com capacidade de 13,1 milhões de toneladas por ano. A Espaço 1 contém mais de 60 Tcf de recursos de gás, dos quais 18 Tcf serão desenvolvidos com as duas primeiras unidades de liquefacção.
A Totalidade E&P Mozambique Area 1, Ltd, uma subsidiária integral da TotalEnergies, opera o projecto Mozambique LNG com uma participação de 26,5%, juntamente com a ENH Rovuma Area 1, S.A. (15%), a Mitsui E&P Mozambique Area 1 Limited (20%), a ONGC Videsh Rovuma Limited (10%), a Beas Rovuma Energy Mozambique Limited (10%), a BPRL Ventures Mozambique B.V. (10%) e a PTTEP Mozambique Area 1 Limited (8,5%).