
Depois de terem surgido notícias sobre o facto de a mãe de Sofia Ribeiro ter sido encontrada a morar na rua em Lisboa, a atriz decidiu quebrar o silêncio.
Numa publicação que fez na sua página de Instagram este sábado, dia 19 de abril, Sofia Ribeiro abriu o coração para expor tudo o que se está a passar e pedir ajuda:
“A saúde mental continua a ser um enorme tabu na nossa sociedade. É uma luta constante para demasiados e para as suas famílias. Uma luta tantas vezes solitária e silenciosa.
O que é suposto fazer quando uma irmã agride a tua mãe, invade a sua casa, recusa-se a sair, chamas a polícia mais do que uma vez e dizem que percebem a situação mas que nada podem fazer porque não foi em flagrante e porque é filha?
O que é suposto fazer quando a tua mãe desaparece sem deixar rastro, uma vida toda assim? De x em x tempo, sistematicamente, desaparece.
O que fazer quando a tua mãe não faz a medição necessária e recomendada para conseguir ter uma vida sã e minimamente equilibrada. Sendo que não podes obrigar, nem consegues porque te despedaça… e porque ela volta a fugir.
O que fazer?! Quando já pediste apoio, a polícias, médicos, assistentes sociais, tribunais e até agora nada.
Somos seis filhos. Dois, com os mesmos problemas psicológicos da mãe. Os outros três, pelos seus motivos, não querem relação. Sobro eu. O que fazer quando te responsabilizas com renda, contas, alimentação, mesada mas tudo se repete?
Se souberem o que fazer, por favor digam. Tenho lidado o melhor que sei e que consigo com isto e com tantas outras questões familiares que tenho tentado resguardar o mais possível, anos e anos assim…
Tento seguir com a vida, focada nas minhas sobrinhas, no meu trabalho, em mim, na minha saúde física e mental mas a verdade é que há dias que me sinto a sufocar. E sinto se continuar assim um destes dias rebento.
Crescemos a ouvir dizerem que questões familiares se resolvem em casa. Que é de mau tom falar publicamente, é vergonhoso. O que é que vão pensar? Pois com medo e vergonha do que vão os outros pensar, gente adoece, gente é agredida diariamente, violentada, morta, gente e gente a viver na miséria mas calada.
Perdoem-me os convencionais que não compreendam o alcance desta mensagem. Não conto que se solidarizem já que não fazem (e ainda bem) a mínima ideia do que é viver com o coração nas mãos.
O que é suposto fazer?! Deixar a dor, a revolta, a angústia e a impotência corroer a alma até um destes dias cair-se para o lado ou numa cama de hospital?
Desde miúda tentei fazer das dificuldades trampolim para me focar e encontrar o melhor lado das coisas. Essa tem sido a minha maior ferramenta para manter à tona.
Quem me conhece, sabe bem. Quem sempre me acompanha por aqui faz uma ideia e sei que me sente. E embora o sorriso para a vida, e para o que me oferece de bom ou menos bom me caracterize. Há dias que me vou abaixo, como anteontem. Estou em viagem, tirei uns dias para mim. Porque me andava a sentir quebrar. Acordo com o meu telemóvel cheio de mensagens e chamadas de jornalistas a pedir para comentar ‘notícias’ sobre a minha mãe. Mais uma vez…
Escrevi, apaguei… Pensei bastante se dividia, se pedia esta ajuda, se não, mas… Juro-vos, do fundo do coração, não sei o que fazer mais e como fazer diferente. Só gostava que a minha mãe encontrasse alguma paz e com isso o meu coração sossegasse.
Obrigada por todas as mensagens de carinho que me chegaram”, pode ler-se no desabafo da atriz.
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