
Moçambique registou um totalidade de 48 milénio casos de tuberculose durante o primeiro semestre deste ano, anunciaram esta quarta-feira, 23 de Julho, as autoridades nacionais de saúde, em Maputo. A falta de financiamento internacional, principalmente da Dependência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) foi apontada uma vez que uma das causas que explicam o incremento do número de casos em algumas províncias, informou a dependência Lusa.
Segundo o secretário permanente do Ministério da Saúde (MISAU), Ivan Manhiça, a situação continua preocupante, afectando principalmente os grupos populacionais mais vulneráveis, muitas vezes em co-infecção com o vírus da imunodeficiência humana (VIH). “Moçambique continua a enfrentar uma elevada fardo desta doença, muitas vezes associada ao VIH, afectando gravemente, sobretudo, as populações mais vulneráveis”, afirmou.
O governante falava no contexto do 4.º Simpósio em Saúde Global e do 1.º Fórum da Iniciativa contra a Tuberculose, eventos realizados em Maputo, que reuniram investigadores, profissionais de saúde, parceiros e organizações da sociedade social. Ivan Manhiça defendeu que o combate à doença passa por um maior envolvimento de jovens cientistas, líderes locais e sectores uma vez que a saúde e a instrução.
Por seu vez, a coordenadora do Programa Vernáculo de Controlo da Tuberculose, Benedita José, estimou que 361 em cada 100 milénio cidadãos são afectados pela patologia, o que representa uma fardo anual estimada de murado de 121 milénio casos. Em 2023, o País registou mais de 116 milénio casos, uma redução ligeira em relação a 2022, quando foram contabilizados 119 milénio.
O Governo relaciona segmento do recente aumento de notificações com a interrupção do financiamento da USAID, organização que, até Julho, era uma das principais financiadoras do combate à tuberculose ao nível comunitário. “Algumas áreas de saúde em algumas províncias começam a ter um aumento do número de casos, seguindo o ritmo antes de termos a interrupção do financiamento da USAID. Tivemos uma paragem na implementação das actividades a nível das comunidades, que era uma das componentes que mais contribuíam para os casos da tuberculose nas unidades sanitárias”, explicou.
A situação continua preocupante, afectando principalmente os grupos populacionais mais vulneráveis, muitas vezes em co-infecção com o vírus da imunodeficiência humana (VIH)
A USAID, criada em 1961, anunciou a cessação definitiva das suas operações em Moçambique a 1 de Julho, provocando um impacto significativo em programas de saúde pública, principalmente os centrados em prevenção e detecção precoce da tuberculose.
Ainda em resposta aos desafios no controlo da doença, o Ministério da Saúde anunciou a recepção de dois milhões de doses da vacina BCG, no dia 30 de Junho. As vacinas serão suficientes para os próximos seis meses e destinam-se à imunização de bebés até aos 23 meses de idade, posteriormente um período de ruptura no fornecimento.
Entretanto, dados divulgados pela Associação de Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP) indicam que, entre 2019 e 2024, foram notificados e tratados 108 242 casos de tuberculose em 50 distritos das províncias da Zambézia, Sofala, Tete e Nampula. Desses casos, 10 547 corresponderam a crianças, o que reforça a premência de estratégias específicas para a protecção da puerícia face à doença.
A tuberculose continua a ser um importante duelo de saúde pública em Moçambique, exigindo respostas coordenadas, recursos sustentáveis e acções multissectoriais para prometer o diagnóstico precoce, o tratamento e a prevenção da propagação da doença, particularmente nas zonas mais afectadas e junto das comunidades mais vulneráveis.a d v e r t i s e m e n t