
O ex-presidente do Banco Médio, Roberto Campos Neto, rebateu as críticas do ministro Fernando Haddad, da Quinta, de que teria deixado uma “legado” de juros altos para seu sucessor no comando da poder monetária, Gabriel Galípolo. O executivo deixou a instituição no final do ano pretérito.Campos Neto comandou o Banco Médio nos dois primeiros anos deste terceiro procuração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sob fortes críticas de que teria ressaltado a taxa de juros por motivos políticos, já que havia sido indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).“A história mostrou que é uma narrativa política infundada. Acho triste que se priorize a construção de uma narrativa em vez de se procurar uma solução estrutural para o problema”, afirmou Campos Neto em entrevista à Folha de S.Paulo publicada neste domingo (6).VEJA TAMBÉM:Motta, Alcolumbre e Barroso usam aviões da FAB para ir ao Festival de ParintinsCampos Neto cumpria uma quarentena obrigatória de silêncio depois deixar o missão no Banco Médio. Ele assumiu o missão de vice-chairman e director global de políticas públicas do Nubank no prelúdios do mês.Sem referir diretamente o ministro, Campos Neto reiterou que sua postura sempre foi de “não fazer sátira a pessoas e sim a ideias” e lembrou que, nos últimos meses de sua gestão, buscou dar mais protagonismo ao logo diretor e hoje presidente da autonomia, Gabriel Galípolo – que “corroborou isso” publicamente.“Inseriu-se um elemento político dentro do debate fiscal, que eu acho que está muito possante hoje”, pontuou.Na avaliação de Campos Neto, qualquer decisão sobre o rumo das contas públicas hoje está ligada a uma polarização que opõe ricos e pobres, o que, segundo ele, compromete o debate racional e impede avanços estruturais.“O exposição de “nós contra eles” é ruim para todo mundo. Não é o que vai fazer o país crescer de forma estrutural. Precisamos unir todo mundo, o empresário, o empregado, o governo”, afirmou.Campos Neto ainda alertou para o risco crescente da dívida pública brasileira, classificando-a porquê uma das maiores entre os países emergentes. Ele defendeu um projecto cobiçoso e crível para moderar o progresso do endividamento – um sinal mais evidente para o mercado financeiro sobre os planos do governo.“Estamos num momento em que, mesmo quando se arrecada muito mais, não se consegue produzir superávits. Sem ter condições de tombar muito os juros, vamos para um déficit nominal que fica recluso em uma filete ao volta de 8%. Uma vez que não conseguimos gerar um primitivo positivo, nossa dívida vai crescer em torno de 3 a 5 pontos porcentuais ao ano”, explicou.Campos Neto reconheceu que o governo tem adotado medidas na tentativa de emendar desequilíbrios, mas criticou a ênfase no aumento da fardo tributária. Para ele, esse caminho chegou ao limite.Ainda assim, o executivo apoiou algumas propostas em discussão, porquê a redução de isenções, a tributação de dividendos e a ressarcimento com a subtracção do imposto para empresas. “Varar isenção em títulos de renda fixa, concordo, desde que se abaixe o resto, para equalizar”, citou.Por outro lado, Campos Neto pontuou que o governo precisa fazer um “choque positivo” no fiscal para poder encolher a taxa básica de juros, atualmente em 15%. Isso precisa ocorrer mais cedo ou mais tarde.Ele ainda negou que participará de campanhas eleitorais, porquê se aventou depois deixar o missão de que poderia se envolver na candidatura do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) à presidência. No entanto, fez uma provocação ideológica ao comentar o cenário latino-americano.“As ideologias de esquerda têm uma preocupação com paridade e não com subtracção da pobreza. Uma vez que a paridade não é um fenômeno oriundo, o governo se vende porquê necessário para emendar oriente erro”, completou sugerindo uma guinada conservadora na região.