
Estalou o verniz entre os sindicatos da CP – Comboios de Portugal e o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz. A troca de galhardetes começou na quarta-feira, com o governante a acusar os trabalhadores de “aproveitamento político com a greve”. Todavia, os trabalhadores retaliam e dizem que é Pinto Luz quem o está a fazer.
“É mesmo 100%, não há dúvidas, está cá a prova. O senhor ministro que ponha os olhos nestas imagens e que venha colocar os passageiros contra os ferroviários, contra os sindicalistas. Ele é que está a fazer campanha política, não somos nós. Quem está a fazer aproveitamento político desta greve é o ministro das Infraestruturas”, disse um representante dos 13 sindicatos que convocaram greve, em declarações à TVI.
O ministro das Infraestruturas acusou na quarta-feira os sindicatos que representam os trabalhadores da CP de terem parado o país com uma greve marcada por interesse político, em profundidade de eleições.
“[Os sindicatos] conseguiram parar o país por interesse político e tem a ver com o ‘timing’ em que estamos, em eleições”, defendeu Miguel Pinto Luz, em declarações aos jornalistas à margem da protocolo de entrega de Certificados Energéticos da Medway – Operador Ferroviário de Mercadorias, em Lisboa.
“Mas mais importante – e é a mensagem que quero deixar hoje cá – não serve os portugueses, centenas de milhares de portugueses hoje prejudicados”, acrescentou Pinto Luz.
Em resposta, Fectrans exigiu mais ações do que exposição, considerando que “proferir ‘é isto ou zero’ não é uma posição de negociação”. “O ministro em vez de marchar a fazer discursos públicos, devia ter, de facto, maleabilidade para discutir e não chegar a uma reunião e proferir ‘é isto ou zero’, isto não é uma posição de negociação”, apontou José Manuel Oliveira.
Segundo dia de greve na CP volta a ter 100% de adesão A adesão ao segundo dia de greve dos trabalhadores da CP – Comboios de Portugal era às 07h30 de 100%, com toda a circulação paragem, disse à Lusa natividade sindical.
“Tal porquê no primeiro dia de greve a adesão é de 100%. Não houve desenvolvimentos. Não houve cedências nem da secção do Governo, nem da secção da CP, portanto a greve mantém-se”, disse à escritório Lusa Júlio Marques, da Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF), que integra os 14 sindicatos que convocaram a greve.
Esta paralisação foi convocada contra a imposição de aumentos salariais “que não repõem o poder de compra”, pela “negociação coletiva de aumentos salariais dignos” e pela “implementação do convénio de regeneração das tabelas salariais, nos termos em que foi negociado e acordado”, segundo os sindicatos (14).
Na quarta-feira, a CP lamentou o impacto que a greve está a ter na vida dos passageiros e disse ter contraditado, junto do Tribunal da Relação de Lisboa, a carência de serviços mínimos.
“A CP — Comboios de Portugal lamenta os graves transtornos e impactos que as greves em curso estão a trazer ao dia a dia de todos os seus clientes”, afirmou, em transmitido, acrescentando estar consciente dos danos causados.
A circulação de comboios está hoje a suportar perturbações, que se devem continuar a sentir até 14 de maio, devido a greves de trabalhadores da CP, convocadas por vários sindicatos.
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