Em momentos de crise, muitas pessoas desenvolvem, sem saber, “skills” ou habilidades que não se aprendem em workshops ou em manuais de curso. A verdade é que quando os recursos falham, entra em cena o que realmente conta. E quem sabe reagir, fica mais pronto, para a vida e para o trabalho.

Veja cinco skills que se apuram em crises e que fazem toda a diferença num contexto profissional:

Tomada de decisão sob pressão

A luz foi aquém. E agora? Acende-se uma vela? Procura-se a lanterna? Vai-se dormir mais cedo? Não há tempo para pensar muito. É sentenciar e agir. Esta capacidade de resposta rápida é valiosa, e no trabalho, ainda mais.

Entre prazos apertados, pedidos urgentes e mudanças de última hora, quem hesita perde terreno. Saber sentenciar muito, mesmo com pouca informação e muita pressão, é uma habilidade que distingue. E treina-se assim: no escuro, literalmente.

Saber prever antes que falte

A chuva ainda corre, mas já se nota que está a falhar. Dá-se pela falta antes que ela falte de vez. É aí que começa o planeamento: encher garrafas, dividir o que há, pensar nos próximos passos. Leste tipo de pensamento — avante dos acontecimentos — é mais do que útil. É estratégico.

No trabalho, aplica-se todos os dias. Quem consegue antecipar problemas, ajustar planos e evitar surpresas tem uma vantagem clara. Não se trata de ser pessimista. É ser prevenido. Planear é reduzir o impacto do imprevisto. E isso, em qualquer equipa, “vale ouro”.

Harmonizar-se ao que muda

O micro-ondas não funciona. A chuva quente não voltou. O jantar? Vai ter de ser outra coisa. Zero saiu uma vez que planeado. E mesmo assim, há solução. É nascente o treino: ajustar, improvisar, continuar.

No trabalho, pode ser semelhante. Ferramentas novas, equipas que mudam, prioridades que trocam de lugar. Quem insiste no projecto idoso perde tempo. Quem se adapta, resolve. Harmonizar-se não é ceder, é continuar com perceptibilidade.

Tirar o supremo do mínimo

A despensa não engana: está quase vazia. A bateria vai-se num suspiro. E a última vela parece um cronómetro ao contrário. É nestas alturas que se entra em modo estratégia. Não há exuberância, mas ainda há controlo.

No trabalho, acontece o mesmo. Nem sempre há orçamento folgado ou tempo extra. É preciso fazer escolhas, definir prioridades e manter o foco no importante. Quem consegue manter o rumo com o que tem à mão, mostra maturidade. E quem o faz com consistência, ganha espaço — e crédito — em qualquer equipa.

A relevância de saber quando — e uma vez que — falar

Está escuro. A tensão aumenta. Alguém pergunta o que se passa. E tudo o que se disser agora pode acalmar… ou incendiar. Nestes momentos, cada vocábulo pesa. Fala-se menos, mas melhor. Nem sempre é o volume que resolve. Às vezes, é o tom. Outras, é a pausa.

Explicar um tanto complicado com nitidez é uma “skill” pouco visível, mas altamente valiosa— mormente em ambientes tensos. Quem consegue manter a conversa simples, evitar o dramatismo e dar espaço ao outro lado, não só informa: transmite segurança, ganha reverência e abre caminho para soluções.

Manancial: Ekonomista