
A economia moçambicana começou o ano de 2025 em terreno negativo, com uma contração de 3,92% no primeiro trimestre, em verificação com o mesmo período do ano anterior. O recuo acontece pelo segundo trimestre continuado, e sucede a uma quebra ainda mais acentuada, de 5,73%, registada nos últimos três meses de 2024, segundo dados divulgados pelo Instituto Vernáculo de Estatística (INE).
O desempenho parcimonioso foi fortemente aparente pelos efeitos da instabilidade social que se seguiu às eleições gerais de 2024, período marcado por manifestações e confrontos em várias cidades, com impacto directo sobre a diligência produtiva e mercantil.
De conciliação com o INE, o maior travão veio do sector secundário, que desceu 16,18%, puxado pela quebra na produção e distribuição de eletricidade, gás e chuva (-22,47%), indústria transformadora (-14,77%) e construção (-10,77%).a d v e r t i s e m e n t
Também o sector terciário registou perdas, com uma queda de 8,31%, sendo os maiores recuos observados na hotelaria e restauração (-21,57%), transportes e comunicações (-21,33%) e transacção (-18,08%).
A única nota positiva veio do sector primitivo, com uma subida de 2,09%, impulsionada pela mineração (+6,53%) e pela pesca (+1,32%).
Do lado da procura, o consumo privado — que representa o grosso da diligência interna — retraiu, o que contribuiu para uma queda de 0,22% na procura agregada. As exportações caíram 2,26%, enquanto as importações aumentaram 6,11%.
A desaceleração da economia levou o Governo a rever em baixa a previsão de prolongamento para leste ano, de 5% para somente 2,9%. Em 2024, a economia tinha desenvolvido somente 1,85%, muito inferior da meta inicialmente fixada de 5,5%.
O impacto da crise social sobre o tecido empresarial também foi significativo. Segundo a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), tapume de 955 empresas foram directamente afectadas pelas manifestações e actos de vandalismo, resultando em prejuízos estimados em mais de 32,2 milénio milhões de meticais (500 milhões de dólares) e na perda de mais de 17 milénio empregos em todo o País.a d v e r t i s e m e n t