
“No ano completado no primeiro trimestre de 2025, a economia portuguesa financiou o exterior em 2,6% do PIB”, refere o BdP num expedido hoje divulgado sobre as interligações entre setores nas contas nacionais financeiras e que representa uma redução face aos 3,3% anunciados no ano pretérito.
Os particulares, o setor financeiro e as administrações públicas apresentaram uma capacidade de financiamento de 4,4%, 1,4% e 0,9% do PIB, respetivamente, enquanto as empresas não financeiras “foram o único setor residente a apresentar premência de financiamento (4,1%)”.
Os particulares, que tiveram a maior capacidade de financiamento e que financiaram todos os restantes setores — com destaque para o setor financeiro — atingiram o segundo saldo mais proeminente desde o terceiro trimestre de 2021, refere o BdP.
Em termos líquidos o financiamento dos particulares ao setor financeiro representou 2,2% do PIB, uma variação para que contribuiu, sobretudo, o aumento dos depósitos, “parcialmente compensado pelo aumento dos empréstimos obtidos, designadamente com finalidade de habitação”.
Já o setor financeiro financiou, em termos líquidos, o resto do mundo e as empresas não financeiras. O financiamento líquido para o resto do mundo representou 4,5% do PIB, “refletindo a compra de títulos de dívida emitidos pelo exterior, que foi parcialmente compensada pelo aumento de depósitos de não residentes junto de bancos residentes”.
As administrações públicas financiaram, em termos líquidos, unicamente o setor financeiro, no equivalente a 1,3% do PIB. Levante fluxo foi essencialmente decorrente da redução de títulos de dívida pública nos bancos, do aumento de depósitos em bancos e da subtracção dos empréstimos obtidos pelas administrações públicas.
O interesse nos certificados de aforro contribuiu ainda para aumentar a percentagem de financiamento líquido pelos particulares junto das administrações públicas (0,1%).
Já o resto do mundo foi financiado pelas empresas não financeiras em 2,4% do PIB, destacando o BdP “o investimento de não residentes em ações e outras participações de empresas não financeiras, assim uma vez que em títulos de dívida emitidos por estas empresas”.
O BdP fez ainda uma estudo à evolução dos ativos financeiros líquidos dos particulares, que no final de março representavam 200,1% do PIB, “sendo quase três vezes superiores aos seus passivos”.
O banco medial acrescentou que os ativos financeiros dos particulares têm desenvolvido consecutivamente em todos os trimestres desde o último de 2023, tendo atingido agora o valor mais proeminente de sempre (577,4 milénio milhões de euros).
Ainda assim, apesar do aumento nominal, a variação tem sido subalterno ao do prolongamento da economia, tendo-se reduzido 1,4 pontos percentuais face ao trimestre anterior.
Leia Também: França quer reforço das barreiras alfandegárias contra a China