
Bruno Morgado, gestor da empresa moçambicana Gigawatt Moçambique, que opera uma medial eléctrica a gás proveniente com 120 megawatts de capacidade instalada em Ressano Garcia, província de Maputo, partilhou recentemente os principais desafios e lições aprendidas na captação de financiamento para projectos de robustez no País. A mediação decorreu esta terça-feira (22) no seminário “A Jornada do Financiamento de Projectos de Robustez e Gás em Moçambique”, inserido no Curso Executivo “Os Mercados de Capitais em Moçambique”
Durante a sua apresentação, o gestor da empresa explicou que a experiência da empresa na implementação da Matola Gas Company (MGC) serve de exemplo para compreender a dificuldade do financiamento de infra-estruturas energéticas no contexto vernáculo e regional. A MGC é composta por um pipeline de transmissão de subida pressão, com tapume de 90 quilómetros até à região da Matola, e 50 quilómetros de distribuição de baixa pressão, fundamentais para o fornecimento de gás proveniente.
“O princípio do cliente-âncora foi decisivo”, afirmou Morgado, referindo-se à Mozal porquê o principal consumidor inicial que garantiu o lio financeiro para o projecto. Sem esta ancoragem, disse, “não teria havido infra-estrutura suficiente para atrair outras indústrias e possibilitar a distribuição de gás proveniente comprimido, porquê os contentores amarelos que já se vêem na rua, para clientes mais pequenos”.
O gestor destacou também os benefícios ambientais resultantes da substituição do carvão pelo gás proveniente, lembrando que as cimenteiras em zonas porquê a Amatola causavam poluição severa, afectando a qualidade do ar e a saúde das comunidades. “A utilização do gás proveniente eliminou estes impactos negativos, melhorando a qualidade de vida na região”, reforçou.
Relativamente ao financiamento, Morgado revelou que a período inicial exigiu fundos próprios, com sacrifícios pessoais, incluindo a utilização de um apartamento porquê garantia para os primeiros investimentos. O duelo maior, sublinhou, foram as elevadas taxas de renda que chegaram a 14%, uma exigência que classificou porquê “extremamente onerosa e desvantajosa”, mormente quando comparada com taxas internacionais que costumam variar entre 2% a 4% para projectos similares.
O noção de cliente-âncora foi repetido porquê crucial para a sustentabilidade dos projectos e a fascínio de financiadores
A experiência da Gigawatt Moçambique está ligada à medial eléctrica de Ressano Garcia, cuja concretização foi provável graças a uma estratégia integrada de identificação de oportunidades e mobilização de parceiros financeiros, incluindo instituições porquê o Standard Bank e o Banco Mundial e seguradoras de risco político porquê a MIGA.
“A transferência de conhecimentos técnicos foi fundamental”, explicou Morgado, referindo-se à contratação de uma empresa especializada para operação e manutenção, com o objectivo de capacitar técnicos locais, embora reconhecendo que esta período “não correu tão muito quanto o desejado”.
O gestor sublinhou ainda os principais obstáculos ao desenvolvimento do sector energético em Moçambique, nomeadamente o ressaltado risco-país (verosimilhança de um país não conseguir executar com os seus compromissos financeiros ou económicos), que desencoraja a maioria das instituições financeiras, a predominância da mesa estrangeira e a burocracia que dificulta o financiamento e realização de projectos.
Morgado apelou para a premência de uma liderança possante e de uma cooperação estreita entre o sector público e privado, para agilizar processos e estabelecer metas realistas que permitam um maior gosto pelo risco por secção dos investidores.
“É fundamental identificar claramente o cliente-âncora, aquele que assegura as vendas e a sustentabilidade financeira do projecto”, reforçou, alertando que muitos jovens empreendedores não consideram suficientemente leste vista crucial.
No contexto regional, o gestor apontou para a elevada procura energética, destacando que a região sul de África necessita agora de tapume de 44 milénio megawatts, o que representa uma grande oportunidade de negócio e desenvolvimento industrial para Moçambique.
O seminário terminou com a entrega dos certificados de participação aos formandos do curso executivo, um passo importante para fortalecer capacidades técnicas e empresariais no sector energético vernáculo.
Texto: Felisberto Ruco