
O director da Dependência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), Antón Leis, alertou esta quinta-feira, 24 de Julho, em Maputo, para os riscos associados ao extenuação do financiamento internacional da saúde, considerando tratar-se do “contexto mais desafiante” da história recente nesta dimensão. A mensagem foi feita durante a sua mediação no Fórum Global de Inovação e Gesto para Imunização e Sobrevivência Infantil-2025, que decorre desde terça-feira (22), em Maputo.
“Precisamos de financiamento e acho que isso está muito evidente. Há vários estudos já disponíveis que mostram que a assistência internacional na dimensão da saúde conseguiu salvar milhões de vidas, e trinchar esses fundos vai matar crianças e mulheres que não terão, por exemplo, cuidados maternos adequados. Com o extenuação do comprometimento de certos parceiros, corremos um grande risco”, afirmou Antón Leis, citado pela Lusa.
O director da AECID sublinhou que as conquistas dos últimos anos no domínio da saúde global são resultado da colaboração entre países parceiros, doadores, comunidade científica e instituições multilaterais. “Vivemos provavelmente o contexto mais desafiante para o financiamento da saúde global da história recente e o que está em risco é o que temos em jogo: o progresso que alcançámos em conjunto”, declarou.
Para além de tutorar um reforço do financiamento, o responsável apelou a uma reforma estrutural do sistema de saúde global, baseada numa abordagem mais integrada, e exortou os países a intensificarem a cooperação entre agências e entidades da dimensão da saúde, visando a partilha de experiências e conhecimentos. “Acho que sabemos que esta não é somente a coisa certa, mas também a coisa inteligente a fazer. Podemos ir mais longe e ser mais eficazes e eficientes. O mais importante, e acho que levante evento simboliza isso muito muito, é a parceria através da parceria. Já não estamos num mundo de ajuda, ninguém quer ajuda. O que queremos e precisamos é de todos”, frisou.
Precisamos de financiamento e acho que isso está muito evidente. Há vários estudos já disponíveis que mostram que a assistência internacional na dimensão da saúde conseguiu salvar milhões de vidas, e trinchar esses fundos vai matar crianças e mulheres
O responsável reiterou que “os países do setentrião (desenvolvidos) e do sul (em vias de desenvolvimento) formam uma verdadeira parceria benéfica” e que a dimensão da saúde é o exemplo mais evidente dessa colaboração. “Não se trata mais de Governos do setentrião ajudando Governos do sul. Trata-se de uma verdadeira parceria entre diferentes actores”, acrescentou.
O alerta da AECID surge num contexto de crescentes cortes na ajuda internacional, nomeadamente dos Estados Unidos da América. Em Janeiro, o portanto Presidente norte-americano, Donald Trump, ordenou a suspensão da ajuda externa dos EUA, gerida maioritariamente através da Dependência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que financia diversos programas de saúde, incluindo em Moçambique.
A medida provocou rebate entre organizações humanitárias que dependem deste financiamento para manterem em funcionamento centros de saúde, programas de prevenção e de tratamento do VIH/Sida.
No início de Julho, as Nações Unidas advertiram que a manutenção dos cortes poderá resultar em seis milhões de novas infecções por VIH e quatro milhões de mortes adicionais até 2030. Um relatório do Programa Conjunto da ONU sobre o VIH/Sida (ONUSIDA) indicou que a interrupção do Projecto de Emergência do Presidente dos EUA para o Conforto da Sida (PEPFAR), que previa muro de 270,9 milénio milhões de meticais (4,3 milénio milhões de dólares) em escora bilateral, está a comprometer gravemente os esforços de resposta à pandemia.a d v e r t i s e m e n t
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