
O Governo está a negociar com vários países um mecanismo de troca de dívida por financiamento climatológico, numa estratégia que visa encanar recursos do serviço da dívida para projectos de adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
A informação foi avançada pela ministra das Finanças, Carla Loveira, momentos antes do arranque da 4.ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FFD4), que decorre esta semana em Sevilha, Espanha, sob a égide das Nações Unidas.
“Já estamos a identificar mais países que podem aderir à iniciativa. O serviço da dívida passaria a ser aplicado em acções climáticas dentro do País, o que, para Moçambique, é de privado interesse, dada a sua vulnerabilidade aos efeitos das alterações climáticas”, explicou a governante, que acompanha o Presidente da República, Daniel Chapo, no evento.a d v e r t i s e m e n t
Segundo Carla Loveira, Moçambique já assinou um primeiro entendimento com a Bélgica, no quadro deste padrão de financiamento inovador, e encontra-se agora a traçar uma estratégia pátrio de financiamento climatológico. “Trata-se de um segmento em que estamos a trabalhar activamente. Existem países interessados e já manifestaram disponibilidade para cooperar connosco nesse formato”, referiu.
A ministra explicou que, na prática, levante tipo de mecanismo permite que os pagamentos da dívida externa, em vez de seguirem para os credores, sejam redireccionados para acções concretas no terreno, uma vez que a construção de infra‑estruturas resilientes ao clima ou o reforço dos sistemas de seguros climáticos.
Durante a conferência da ONU, Moçambique vai também apresentar a sua experiência em três áreas prioritárias: inclusão financeira – incluindo o projecto de geração de um Banco de Desenvolvimento –, transição energética e financiamento virente. No caso específico do mercado de carbono, o Governo pretende provar uma vez que o País pode capitalizar os ganhos para impulsionar investimentos sustentáveis.
O evento, que reúne mais de 60 líderes mundiais e tapume de quatro milénio representantes da sociedade social, tem uma vez que objectivo revitalizar os compromissos globais para o financiamento do desenvolvimento. A enunciação final — o Compromisso de Sevilha — deverá traçar as prioridades internacionais para a próxima dez, numa profundidade em que os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 enfrentam graves atrasos.
Natividade: Lusa