
A maior parte das instituições bancárias moçambicanas apresentou, no primeiro trimestre de 2025, indicadores prudenciais dentro dos parâmetros regulatórios, demonstrando solidez no capital e na capacidade de resistência financeira, segundo dados divulgados pelo Banco de Moçambique (BdM).
O relatório sobre os indicadores económico-financeiros e prudenciais revela que os principais bancos comerciais, como o BCI, BIM, BIG e Moza Banco, mantiveram rácios de solvabilidade acima do mínimo exigido. O documento indica, por exemplo, que o banco BIG registou um rácio de solvabilidade de 4,54, muito acima do valor geralmente recomendado, seguido do Moza Banco com 0,42 e do BCI com 0,24.
“O sistema financeiro mantém-se resiliente no início de 2025, com a maioria das instituições a cumprir os requisitos mínimos de capital regulamentar”, refere o relatório, publicado como anexo à Circular n.º 02/EFI/2017, emitida pelo banco central.a d v e r t i s e m e n t
O Tier 1 Capital, indicador que mede a qualidade do capital disponível para absorver perdas, também reflecte uma posição sólida. O bim apresentou um rácio de 0,43, enquanto o BIG voltou a destacar-se com 4,50. Já o Moza Banco e o BCI mantiveram valores acima de 0,24, revelando consistência nos activos de maior qualidade.
Contudo, nem todas as instituições demonstraram o mesmo grau de solidez. Operadores de serviços financeiros móveis, como M-Kesh e M-Mola, apresentaram valores negativos no Tier 1 Capital (–0,75 e –0,04, respectivamente), sinalizando fragilidades estruturais que merecem acompanhamento atento das autoridades de supervisão.
Já no que toca ao Rácio de Alavancagem, que avalia a exposição ao risco em função do capital próprio, os resultados oscilaram entre instituições. O ABSA Bank, por exemplo, reportou um valor de 0,12, enquanto a instituição Dumba evidenciou um valor muito acima da média, com 0,54. “Estes dados demonstram diferentes estratégias de risco e estrutura de capital entre os operadores”, lê-se no relatório.
O panorama geral, todavia, é de estabilidade. O Banco de Moçambique sublinha que os indicadores revelam uma “posição financeira confortável” da maioria das instituições, permitindo-lhes absorver choques e cumprir com os compromissos no curto e médio prazos.
De acordo com o Banco de Moçambique, este relatório trimestral insere-se no quadro das exigências de transparência e disciplina de mercado impostas pelo regulador e serve de base para a avaliação contínua da robustez do sistema financeiro nacional.
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