
O ministro Camilo Santana, da Ensino, se juntou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no oração de rejeitar o galanteio de gastos do governo federalista, principalmente na pasta, que é continuamente cobrado pelo setor produtivo para se evitar um aumento de impostos.Mais recentemente, o governo se viu em meio à crise do aumento do IOF e o pregão de medidas para recompensar o recuo que precisou fazer depois. Ainda assim, prevendo a tributação de aplicações isentas para conseguir fechar as contas públicas.“Sou terminantemente contra qualquer galanteio em ensino. Porém, fui gestor e sei que para o governo atender a demandas sociais e fazer investimento precisa ter estabilidade fiscal. Precisamos fazer um debate mais profundo. O Brasil é um país muito desigual e a concentração de renda é muito grande. Portanto, quem tem mais precisa remunerar mais”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo publicada nesta segunda (23).VEJA TAMBÉM:Indústria reage a mudanças no IOF e ofídio galanteio de gastos públicosCamilo Santana defendeu a universalização do programa Pé-de-Meia, principal bandeira de Lula neste ano, que atende atualmente 4 milhões de alunos a um dispêndio anual de R$ 12 bilhões. Ao todo, a rede pública conta com 6,7 milhões de estudantes no ensino médio – o que, segundo o ministro, reforça a premência de ampliação.“E é um libido do presidente também. Mas limita com essa questão orçamentária. Se a gente pudesse implementar, assim porquê ampliar o tempo integral, vai ter um impacto na ponta enorme”, pontuou.O orçamento do Ministério da Ensino sofreu um galanteio de quase R$ 3 bilhões em 2025, o que foi diretamente criticado pelo ministro. De negócio com ele, há uma disparidade no orçamento federalista, mormente no aumento significativo das emendas parlamentares, que saltaram de R$ 8 bilhões para mais de R$ 50 bilhões em poucos anos, enquanto os recursos destinados à pasta seguem em queda.Segundo ele, esses recursos poderiam ser integrados de forma mais estratégica às políticas públicas, sob a coordenação do Executivo. Camilo Santana justifica afirmando que o povo elegeu Lula para governar o país, mas é o Congresso quem está executando o orçamento.“Quem foi eleito para governar o país foi o presidente, a partir de propostas que foram apresentadas à população. O papel do Legislativo é, além de legislar, preparar o orçamento, mas dentro do que o governo estabeleceu porquê prioridade, até porque, repito, estamos numa democracia e o governo foi eleito”, declarou.As críticas do ministro ocorrem em meio a um cenário de acirramento das discussões sobre o estabilidade fiscal. No início de junho, chegaram a ser debatidas propostas porquê o término do piso constitucional da ensino e da saúde.