
Apesar de já estarem estacionadas no Aeroporto Internacional de Maputo, as aeronaves da novidade companhia aérea resultante da parceria entre a Solenta Aviation e a FastJet continuam impedidas de levantar voo. A previsão inicial, segundo o Instituto de Aviação Social de Moçambique (IACM), apontava para o início das operações em Junho, o que representaria o termo do monopólio da LAM nas rotas domésticas, informou leste domingo, 29 de Junho, a TV Miramar.
Fontes próximas da operadora, citadas pelo órgão, confirmaram que os aviões Embraer 145 estão prontos, mas retidos por entraves burocráticos, principalmente relacionados com a emissão da licença de exploração. As mesmas fontes levantam a hipótese de interferência de grupos de interesse com o objectivo de travar a ingressão da novidade concorrência.
Contactado pela estação televisiva, o presidente do Juízo de Gestão do IACM, João de Abreu, afirmou que o início das operações estava efectivamente previsto para leste mês. Confrontado com os motivos do delonga, disse desconhecê-los por estar de férias, mas garantiu que irá inteirar-se da situação.
A ingressão da novidade operadora é aguardada com expectativa por passageiros que dependem, há anos, quase exclusivamente das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), frequentemente escopo de críticas por atrasos, cancelamentos e falhas de serviço.
Entretanto, a companhia de bandeira vive também um período conturbado. Em Maio, Dane Kondić foi nomeado presidente do Comité de Gestão da transportadora, no contexto do processo de renovação. Porém, a 27 de Junho, a Air Botsuana anunciou publicamente Dane Kondić porquê o seu novo presidente do Juízo de Gestão. Até ao momento, o Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE) e os restantes accionistas da LAM não esclareceram se o responsável mantém ou não funções em Moçambique.
Durante o balanço dos seus primeiros 100 dias de governação, o Presidente da República, Daniel Chapo, reafirmou que a renovação da LAM “é irreversível” e denunciou a existência de “raposas infiltradas” na companhia, promotoras de devassidão e “nhonguismo”. “Há quem não queira que a LAM tenha os seus próprios aviões”, declarou.