
Pedro Machado falava à margem do fórum anual de investimentos do arquipélago, na ilhota do Sal, depois de reuniões com as autoridades cabo-verdianas.
A Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Virente, sediada na capital, Praia, tem sido um dos epicentros da cooperação entre os dois países, focada agora na lisura do polo da ilhota de São Vicente, prevista para o próximo ano letivo.
“Portugal assume a componente técnica”, disponibilizando os currículos ministrados nas escolas portuguesas, além de formadores que podem deslocar-se a Cabo Virente “para realizar cursos, quer de formação intensiva quer extensiva”, de forma a permitir que os residentes lhes deem sequência, explicou.
“A nossa disposição vai no sentido de que [o polo] possa estar a funcionar no próximo ano letivo”, acrescentou Pedro Machado.
Segundo referiu, “hoje, há uma capacidade instalada” de mão-de-obra para o setor formada por Cabo Virente “e que é reconhecida pelas empresas portuguesas”, por exemplo, ao “não terem premência, praticamente, de trazer expatriados para conduzir negócios” no arquipélago.
A escola de hotelaria e turismo cabo-verdiana é também uma das fontes de profissionais recrutados para Portugal.
“Há um segundo processo no nosso tratado de cooperação, que passa pela réplica do programa Revive”, de reconversão de edifícios sob tutela do Estado, que estejam desaproveitados, colocando-os ao serviço do turismo — uma experiência portuguesa que Cabo Virente pretende estudar.
“Em Portugal, temos 64 imóveis mapeados”, muitos com fortes elementos históricos e arquitetónicos, apontou.
Pedro Machado acompanhou uma comitiva de empresários portugueses para encontros com outros intervenientes do setor, numa profundidade em que o turismo em Cabo Virente está em subida.
“Interessa-nos, obviamente, captar cada vez mais fluxo [turístico] para Portugal, mas também nos interessa que as empresas portuguesas possam desenvolver os seus modelos de negócio” e progredir para a internacionalização, disse.
“Já não estamos a falar [só] dos tradicionais grupos hoteleiros, com dimensão e graduação para se poderem internacionalizar, estamos a falar de empresas de animação turística” e “pequenos empresários de alojamento sítio”, exemplificou, em relação à delegação de visitante ao arquipélago lusófono.
O turismo influencia diretamente quase meia centena de áreas da economia, “é o setor que mais transversalidade tem uma vez que outras atividades”, num dinamismo do setor primordial até ao terciário, indicou.
Cabo Virente registou um recorde de 1,2 milhões de hóspedes em 2024 e perspetiva-se que a procura continue a crescer, com a lisura de novas ligações aéreas com a Europa, ao mesmo tempo que as autoridades tentam promover novos produtos, além das tradicionais ofertas de “sol e praia”.
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