
Esta é uma das conclusões da edição de julho do Sindicância aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do Banco de Portugal (BdP), hoje divulgado e em que, além do balanço referente ao segundo trimestre, são apresentadas as perspetivas para o período de julho a setembro.
De consonância com os resultados do questionário, que avalia a oferta e a procura referentes ao segundo trimestre, por verificação com os três meses anteriores, entre os particulares houve um “aumento da procura, sobretudo no segmento da habitação”.
Para esta subida da procura contribuíram o nível universal das taxas de lucro e, em menor intensidade, a crédito dos consumidores e o regime regulamentar e fiscal do mercado da habitação.
Também nos créditos ao consumo e outros fins a crédito dos consumidores contribuiu ligeiramente para uma subida na procura.
Do lado das empresas, houve um “ligeiro aumento” por secção das pequenas e médias empresas (PME) e por empréstimos de limitado prazo, ao passo que nas grandes empresas se deu uma ligeira subtracção da procura de créditos.
Para o terceiro trimestre do ano, o BdP refere que o setor antecipa um “ligeiro aumento da procura de empréstimos por PME (transversal à maturidade dos empréstimos) e por particulares para habitação”.
Do lado da oferta, os critérios da licença de crédito estiveram praticamente sem alterações no crédito a empresas, menos restritivos no crédito à habitação e “ligeiramente mais restritivos no crédito ao consumo e outros fins”.
Segundo as conclusões do questionário, no crédito à habitação, a concorrência de outras instituições bancárias e a qualidade creditícia dos mutuários “contribuíram ligeiramente para critérios menos restritivos”, ainda que levante último fator tenha resultado em critérios mais restritivos no crédito ao consumo e outros fins.
Entre as empresas, apesar de não ter sido suficiente para impactar os critérios, os riscos associados à situação e as perspetivas económicas gerais aumentaram ligeiramente a restritividade junto das PME.
Na estudo dos termos e condições do crédito, nos créditos a empresas — PME ou grandes — e no crédito à habitação, verificou-se uma ligeira subtracção da taxa de lucro praticada e do ‘spread’ aplicado nos empréstimos de risco médio, mantendo-se as condições no crédito ao consumo e outros fins.
A proporção de pedidos de empréstimo rejeitados manteve-se inalterada nas empresas e aumentou ligeiramente nos empréstimos a particulares, tanto no caso da habitação, porquê do consumo e outros fins.
Para o terceiro trimestre, a secretária portuguesa antecipa critérios de licença de crédito “ligeiramente menos restritivos para PME” e “sem grandes alterações nas grandes empresas e no crédito a particulares”.
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