
“O processo ainda continua em curso ao nível da LAM (…), o que está desenhado é que nós precisamos realmente, e oriente processo está em curso, de fazer as aquisições [aviões] para a LAM e realmente começarmos a erigir uma empresa robusta que possa gerar lucros e gerar dividendos (…). Agora, queria deixar simples que não é um trabalho que vai terminar na LAM”, declarou o director de Estado moçambicano, numa entrevista coletiva, incluindo a Lusa, em Maputo.
Há vários anos que as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) enfrentam problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à deficiente manutenção das aeronaves.
Avançou entretanto um programa para a sua revitalização, que já levou ao retiro da governo anterior da transportadora e a nomeação de uma percentagem de gestão, além da instauração de uma auditoria judicial às contas da LAM dos últimos dez anos, para investigar supostos esquemas de prevaricação dentro da empresa.
Para o Presidente moçambicano, as instituições públicas têm de permanecer fortes e gerar lucros, tendo que, para tal, “combater” a prevaricação, um mal que “afeta e infeta” a sociedade: “É uma das barreiras para o desenvolvimento”.
“Leste é um trabalho que vai prosseguir em muitas outras empresas públicas que, neste momento, não estão a gerar receita pura e simplesmente por pretexto das mesmas situações que nos encontramos na LAM. Logo, precisamos de continuar a varrer, em todos os sentidos, a reformar as empresas para que elas realmente possam gerar lucros”, garantiu.
Revelando estar “super à vontade” em trabalhar neste sentido, e rejeitando pressão de grupos, Chapo afirmou ser esta a “missão”, que se centra, sobretudo, no combate a prevaricação.
“Nós vamos continuar nesta senda, não só para as empresas públicas, mas para o Estado todo, sem muitos alaridos, sem caça às bruxas, mas com moral, com responsabilidade, com cultura, e precisamos de integridade nas nossas empresas públicas e integridade no nosso Estado”, acrescentou.
O Presidente de Moçambique já tinha dito em 28 de abril que há “raposas e corruptos” dentro da LAM, com “conflitos de interesse” que impediram a restruturação da companhia nos primeiros 100 dias da sua governação.
Entretanto, a LAM está no mercado para contratar até cinco aeronaves Boeing 737-700, processo levado pela consultora internacional Knighthood Global, responsável pela reforma da companhia aérea estatal moçambicana.
Num proclamação deste mês publicado pela Knighthood Global, consultada pela Lusa, a consultora de Abu Dhabi referia que está mandatada pelos acionistas da LAM para receber propostas até 20 de junho para o fornecimento de “até cinco aeronaves Boeing 737-700 irmãs”, de 120 a 140 assentos.
“A Knighthood Global está a conduzir oriente processo competitivo, com prazos limitados, para prometer aeronaves que atendam aos requisitos operacionais, comerciais e estratégicos da LAM, seja por meio de compra direta, locação financeiro ou locação operacional”, lê-se no proclamação.
A Knighthood Global assumiu em maio que tem três meses para “estabilizar e reposicionar” a LAM, explicando logo que foi “nomeada pelo Governo de Moçambique para ajudar a revitalizar” a companhia e “o setor da aviação em universal do país”.
“O foco nos primeiros três meses será estabilizar e reposicionar a LAM”, lê-se na nota, noticiada em 19 de maio pela Lusa, em que a consultora refere que irá trabalhar com os novos acionistas, as empresas públicas Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Empresa Moçambicana de Seguros (Emose), que “têm um procuração para comprar as aeronaves apropriadas e restabelecer uma frota”.
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