
Um operador de TI de 48 anos é o recluso suspeito por viabilizar o ataque hacker ao sistema financeiro brasílio que desviou ao menos R$ 541 milhões em transferências via PIX. João Nazareno Roque foi retido pela Polícia Social de São Paulo na sexta-feira (4), no bairro City Jaraguá, no setentrião da capital paulista.Roque era funcionário da C&M Software (CMSW), empresa contratada para operar transações financeiras do BMP Sociedade de Crédito LTDA, o banco escopo dos ataques na madrugada de 30 de junho. De conciliação com a investigação, o técnico obteve R$ 15 milénio para facilitar as 166 operações bancárias que desviaram valores que podem inferir até R$ 1 bilhão.VEJA TAMBÉM:Porquê a resguardo do Pix falhou e qual a prelecção para o Banco Central7 pontos sobre o ataque hacker que abalou o sistema financeiro nacionalO recluso confessou aos policiais que, inicialmente, vendeu por R$ 5 milénio sua senha de aproximação a um sistema sigiloso. Em seguida, recebeu mais R$ 10 milénio para produzir um esquema capaz de permitir as transferências por PIX. Roque revelou que foi aliciado para a participação no delito na saída de um bar próximo onde mora, e que não conhece pessoalmente todos os envolvidos na operação.Antes de iniciar a faculdade de tecnologia, aos 42 anos, Roque foi eletricista predial e residencial, com experiência de 20 anos no ramo. Também atuou por quatro anos uma vez que técnico de instalação de TV a cabo. Em seus perfis nas redes sociais, o facilitador dos ataques cibernéticos multimilionários exaltou a formação acadêmica e declarou, ainda, ser alguém “com muita vontade e engajamento para aprender e reunir na sonhada recolocação na extensão. Com o luz nos olhos e disposição de um menino para dar o meu melhor e aprender tudo o que puder”.Investigação aponta 29 empresas beneficiadas em ataque hackerAo menos 29 empresas teriam se beneficiado das transações via PIX efetuadas em seguida ataque hacker que desviou R$ 541 milhões de um banco de São Paulo. Os nomes dos supostos beneficiários foram encaminhados à Polícia Social paulista, que investiga o caso, pela BMP Sociedade de Crédito LTDA, escopo dos ataques na madrugada de 30 de junho. 166 transações desviaram cifras entre R$ 200 milénio e até R$ 271 milhões. As transferências ocorreram em seguida a invasão ao sistema da empresa terceirizada C&M Software (CMSW), contratada para operar transações financeiras em nome do BMP.Criminosos levaram menos de três horas para fazer movimentaçõesAs ordens falsas do golpe via Pix foram executadas em sequência, desde as 4h30 às 7h do dia 30 e só foram identificadas em seguida ultrapassarem o padrão histórico das transações diárias.O mandatário Renan Topan, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Social de São Paulo afirmou durante uma entrevista na manhã de sexta-feira (4) que, apesar da seriedade, o golpe não provocou prejuízo direto ao Banco Medial, ao sistema financeiro vernáculo nem aos usuários do Pix.A Polícia agora concentra esforços na estudo de celulares e computadores apreendidos com o suspeito para identificar os demais envolvidos e restabelecer os valores desviados. O suspeito recluso teria dito aos policiais que seriam pelo menos quatro pessoas envolvidas, mas os investigadores não descartam a existência de uma rede integrada, muito maior e com expertise para nascente tipo de ação. O varão recluso poderá responder por associação criminosa e latrocínio.