
O administrador da REN, João Faria Conceição, referiu ainda que espera que a “fase final” para a “estabilização completa do sistema” esteja concluída até às 00h00 de quarta-feira, em declarações na CNN Portugal.
João Faria Conceição esclareceu que, pouco antes das 23h30 de segunda-feira, foi restabelecida a ligação a toda a sua infraestrutura, enquanto a operadora da rede de distribuição ligou hoje “muito cedo” os últimos pontos de consumo.
“Estamos a caminhar para uma situação normal”, mas “a parte da distribuição está a demorar um pouco mais”, sublinhou o administrador da empresa responsável pelo transporte de eletricidade e gás em Portugal.
O administrador executivo da REN realçou que é ainda necessário “garantir a estabilização completa do sistema” para conseguir o normal funcionamento dos mercados grossistas.
“A partir daí, podemos dizer que o sistema voltou, tanto técnica como economicamente, ao funcionamento completamente normal”, continuou, acrescentando que espera que esta etapa final esteja concluída até à meia-noite de hoje.
Para isso, é necessário “gerir o sistema em separado”, uma decisão tomada em “total coordenação” com o governo português e a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), bem como com as autoridades e contrapartes da rede elétrica espanhola.
“As interligações entre os sistemas estão operacionais, mas não há troca comercial de energia” entre Espanha e Portugal, explicou Conceição.
Questionado sobre a possibilidade de um excesso de energia renovável no sistema energético estar na origem do apagão, o administrador considerou a ideia plausível, embora “não a única”.
“Aparentemente, e de acordo com as autoridades espanholas, as questões cibernéticas foram descartadas e, por isso, temos agora de nos concentrar exatamente no que aconteceu”, apontou.
João Faria Conceição afirmou ainda que as energias renováveis são “uma fonte de energia segura” que possui uma série de características, “especificamente, a sua volatilidade”, que devem ser acomodadas na gestão de qualquer sistema elétrico para mitigar os efeitos dessa volatilidade.
O responsável da REN salientou que o apagão que ocorreu esta segunda-feira e afetou Portugal, Espanha e o sul de França foi “absolutamente extraordinário”, mas alertou que “não há risco zero” de a situação se repetir.
Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11h30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do “apagão”.
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu hoje de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado.
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