
A empresa mineira Zimplats, dedicada à extracção de metais do grupo da platina no Zimbabué, reafirmou esta semana a influência estratégica da vigor eléctrica fornecida por Moçambique, sublinhando que o fornecimento directo tem sido vital para prometer a viabilidade operacional das suas actividades.
Durante a conferência London Indaba, que decorreu no dia 25 em Londres, o director-executivo da empresa, Alex Mhembere, destacou que a Zimplats importa electricidade de Moçambique “há mais de uma dez”, uma vez que forma de contornar os elevados custos da vigor produzida localmente e mitigar as falhas no fornecimento.
“Investimos em vigor solar e também temos recorrido ao fornecimento extrínseco. Há mais de 10 anos que importamos electricidade directamente de Moçambique para nutrir as nossas operações. É uma opção estratégica e mais barata do que a fornecida localmente”, afirmou o gestor.
Segundo Mhembere, o dispêndio da electricidade comprada à Zâmbia situa-se nos 0,12 dólares por quilowatt-hora (kWh), ao passo que os fornecedores locais cobram murado de 0,60 dólares/kWh. Já a produção interna, com recurso a vigor solar, custa somente 0,03 dólares/kWh.
A Zimplats considera que a auto-suficiência energética e a diversificação das fontes de provisão são elementos críticos para manter a firmeza operacional, num contexto em que o Zimbabué enfrenta desafios persistentes no sector energético.
A empresa construiu, nos últimos anos, infra-estruturas próprias de transporte e subestações de subida tensão, incluindo uma subestação de 330 kV, o que lhe permite captar vigor de fontes regionais e internacionais, uma vez que Moçambique e Zâmbia.
Mhembere frisou ainda que, em contextos uma vez que o zimbabueano, “não se pode esperar que o Governo resolva tudo a tempo”. Por isso, a Zimplats assumiu a responsabilidade directa pelo fornecimento de serviços essenciais às suas operações.
Além da componente energética, o gestor destacou o papel das minas na dinamização das comunidades locais, frequentemente situadas em zonas rurais e pouco desenvolvidas. “Somos agentes de desenvolvimento, e não somente investidores”, disse.
A empresa sublinhou, por término, a influência de manter um diálogo regular com o Governo e de testificar que os interesses do sector mineiro sejam compreendidos e tidos em conta nas decisões políticas.
Manadeira: Engineering News