
Carla Andrino, que dá vida a Elsa na romance ‘A Promessa’, da SIC, esteve no ‘Estamos em Mansão’ à conversa com Andreia Rodrigues, no sábado, dia 21 de junho, e acabou por falar do cancro da pomo.
Ao lembrar o momento em que foi diagnosticada com cancro em 2016, a atriz recordou as palavras que ouvi na fundura do seu médico, que disse que “não ia morrer disto e que ia permanecer uma história para racontar aos seus netos”.
“[Essas palavras] tiveram o peso que eu quis dar. […] Mas quis-me amparar a isso, essa frase bateu na minha verdade, na mulher resiliente, do presente, que gosta de estar cá nesta viagem. Agarrei-me àquilo uma vez que se fosse a minha verdade. E, de facto, passou a ser a minha verdade. Não estava à espera de morrer daquilo. Daquilo com o devido reverência. Paladar muito de respeitar o que passei, sobretudo o cancro da pomo. Esta coisa de tratar o cancro por tu… Eu tenho muito reverência por ele, porque ele pode invadir. Ele tem uma termo a expressar e eu também tinha uma termo a expressar…”, partilhou.
A esperança, diz, esteve sempre presente. Muito emocionada depois de ver uma retrato sua sem cabelo, a atriz desabafou: “Foi o momento da minha vida onde me senti mais possante, mais poderosa. Até serve de mensagem a quem estiver a ouvir. Oriente não é um pranto de tristeza, é um pranto de resiliência, de gratidão, porque tinha que fazer a minha segmento. Quer expressar, não tinha zero, podia ter baixado os braço, mas não sou de decrescer os braços.”
“É legítimo se não quisesse estar cá, e eu querendo estar cá, ia fazer a minha segmento. Os médicos disseram para eu fazer os meus 50% e que eles iriam fazer os outros 50%”, acrescentou.
Um incidente marcante na sua vida que, diz, a deixou “mais grata pelo presente, pela família”. Aliás, comentou que é uma mulher de fé. “E fé não tem a ver com religião. A fé tem a ver com o confiar. Acredito e depois passa a ser a minha verdade.”
Carla Andrino é formada em psicologia, e talvez esse lado possa ter ‘interferido’ no momento em que recebeu o diagnóstico. “Nós não somos psicólogos de nós próprios, tenho a minha psicóloga que adoro. […] Mas neste processo de perda da saúde, há cinco fases e eu fui diretamente para a roboração. É isto que eu tenho, é isto que vamos resolver. Não passei pela revolta. Não perdi força com isso”, comentou.
“Emocionalmente, estava fortíssima, a minha saúde mental estava [bem]. […] Provavelmente, as estratégias que tenho uma vez que psicóloga poderão ter ajudado”, acrescentou.
Ainda em conversa com Andreia Rodrigues, Carla Andrino falou também dos netos com grande alegria. “Que coisa maravilhosa. Tenho quatro rapazes. Aprendo [muito com eles]. Devo-lhes tanto. Sou muito melhor pessoa desde que sou avó. […] O ser avó também é ser mais velha – não é ser velha que eu não me considero velha, mas estou mais velha, mais sábia, mais tolerante”, destacou.
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