
Foi ao publicar uma retrato antiga nas redes sociais que Rui Veloso prestou uma homenagem ao colega e companheiro Luís Jardim, que morreu na sexta-feira, 4 de julho, dia em que completava 75 anos de vida.
Na legenda da imagem, Rui Veloso começou por recordar o momento em que se conheceram. “Esta retrato diz muito da amizade e cumplicidade que havia entre nós. Eu conhecia o Luís (uma vez que Louis) das capas dos discos em que ele tocava, antes de o saber. Um dia soube que ele era português, foi um passo para ir saber o varão a Londres”, contou.
“Quando nos encontrámos conheci das melhores pessoas que encontrei na vida. Uma vez que varão, uma vez que músico e profissional do ramo. Parecia um ursinho desenvolvido. A simpatia, extrema ensino, o sorriso fácil, tudo escoltado com aquela voz de trovão. Depois a maestria em tudo o que fazia, com uma precisão e um groove demolidores”, lembrou.
“‘Lado Lunar’, ‘Avenidas’, ‘Espuma Das Canções’, tem Jardim por todo o lado. Cá toca o plebeu no ‘Lado Lunar'”, referiu depois junto da retrato.
“Apresentou-me ao Charlie Watts, Ron Wood, Keith Richards, levou o Paul Carrack a fazer o Hammond no ‘Todo O Tempo Do Mundo’, o Ian Thomas a gravar todo o ‘Avenidas’, o Gary Barnacle a gravar um sax no ‘Golden Days’. Tudo gente que eu conhecia de nome. Grandes músicos”, acrescentou.
“Nos estúdios que percorri com ele em Londres era recebido com muito carinho, ‘hey Louie!’, toda a gente gostava dele. O currículo dele é inultrapassável. O músico português que tocou com as maiores referências da música internacional. De Maccartney a Clapton, Elton a Tina Turner, Stones a Neville Brothers, Robbie Williams a Grace Jones (pra quem não sabe aquela traço de plebeu do ‘Slave to The Rhythm’ foi ele que fez), é um desfilar de nomes numa lista infindável. Sempre duma humildade comovedora”, destacou falando do trajectória de Luís Jardim.
“O país não lhe fez a justiça devida. Vivi sempre com amargura da falta de reconhecimento que o país votou ao Luís. Defendi o talento dele com unhas e dentes, contra a mediocridade e a ignorância. Sabor muito dele e nem acredito que não vou mais ter o privilégio do seu convívio. Muito triste mesmo. Era o maior! Um senhor”, lamentou, por término, Rui Veloso.
Luís Alberto Figueira Gonçalves Jardim, mais publicado uma vez que Luís Jardim, nasceu na Madeira a 4 de julho de 1950 e era primo de Alberto João Jardim, ex-presidente madeirense.
A vida do artista foi sempre com presença no mundo da música – tendo oferecido muitas cartas lá fora – e foi um dos jurados do programa ‘Ídolos’, da SIC, e de ‘A Tua Face Não Me É Estranha’, da TVI.
Luís Jardim, músico, percussionista, professor e produtor músico, morreu esta sexta-feira, 4 de julho, no dia no seu natalício. Miguel Albuquerque, presidente da Madeira, já reagiu à morte, através de uma sentida homenagem.
Mariline Recta Rodrigues | 17:34 – 04/07/2025
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