
Ricardo Araújo Pereira, uma das testemunhas do processo que opõe a orquestra Anjos a Joana Marques, considerou, esta segunda-feira, que, se a humorista for condenada, “sofre qualquer cidadão” e que o facto de a dupla Sérgio e Nelson Rosado ter-se sentido ofendida “não pode servir para definir se as coisas podem ou não ser ditas”.
“Eu acho que se a Joana for condenada, também eu sofro. Em primeiro lugar, sofrem todos os que tiverem a mesma profissão do que a Joana. Em segundo lugar, sofre qualquer cidadão”, afirmou Ricardo Araújo Pereira em entrevista à SIC Notícias.
O apresentador de ‘Isto é Gozar Com Quem Trabalha’ afirmou que não vê zero de “ilícito” no vídeo partilhado por Joana Marques e que deu origem ao processo.
“Não vejo maneira disso poder ser ilícito. Essa é a questão. Não digo que não tenha ofendido, até porque é uma alegado que não pode ser contestada, (…) mas isso não pode servir para definir se as coisas podem ou não ser ditas”, disse, sublinhando que “as pessoas ofendem-se com várias coisas”.
O humorista lembrou que “os Anjos têm um documento da empresa responsável pela captação e transmissão do som, admitindo os problemas técnicos graves que causaram aqueles problemas… mas não processaram”.
“Têm provas de várias pessoas que os ameaçaram de morte… não processaram nenhuma. A Joana Marques fez uma piada e já vamos no quarto dia de julgamento”, acrescentou.
Ricardo Araújo Pereira considerou que o “único contrato verosímil desejado pelos queixosos”, Sérgio e Nelson Rosado, seria a “retirada do vídeo”, mas tal “seria assumir uma culpa que não existe” e “transfixar um precedente bastante grave”.
“Seria a Joana a manifestar às pessoas: ‘Atenção, se alguém ofender com o que digo, avisem, que eu retiro’. Portanto, acho que ela passaria a não fazer mais zero”, afirmou.
Esta segunda-feira, antes de entrar em tribunal, Ricardo Araújo Pereira sublinhou, em declarações aos jornalistas, já tinha referido que “não faz sentido processar a Joana Marques”.
Já durante o seu testemunho, o humorista afirmou que “fuzilar uma melodia é uma frase bastante conhecida” e “não significa que se está a pôr quem assassina uma melodia no mesmo projecto que a Rosa Grilo”.
No término do testemunho, novamente em declarações aos jornalistas, o apresentador de ‘Isto é Gozar Com Quem Trabalha’ defendeu que a “Joana [Marques] não tem responsabilidade nenhuma sobre as pessoas que vão pôr comentários desagradáveis sobre os Anjos, que pelos vistos fizeram ameaças de morte”.
A terceira sessão do julgamento que opõe os Anjos e a Joana Marques decorreu esta segunda-feira, em Lisboa. A próxima sessão ficou agendada para 11 de julho, onde irão depor o cantor Tatanka e a própria humorista. Fique a par do que foi dito em tribunal.
Notícias ao Minuto | 19:27 – 30/06/2025
O que está em motivo neste julgamento?
Os Anjos decidiram prosseguir com um processo em tribunal contra Joana Marques depois de a humorista ter partilhado nas suas redes sociais um vídeo no qual fazia uma piada com a atuação dos cantores no Grande Prémio de Portugal de MotoGP, em Portimão.
A orquestra defende que a paródia de Joana Marques levou ao cancelamento de vários espetáculos, prejudicando a curso dos irmãos Rosado e provocando prejuízos avultados para os músicos e a restante equipa que os acompanha. Além do alegado prejuízo financeiro, dizem ainda ter sofrido danos psicológicos e ameaças que se estenderam a toda a família. Ao avançarem para tribunal pedem uma indemnização de mais de 1 milhão de euros.
A primeira sessão do mediático julgamento começou a 17 de junho, com Sérgio Rosado a partilhar perante o juiz que “teve uma crise de acne” provocada pelo stress. No dia seguinte, os artistas voltaram ao tribunal.
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