
Quatro anos posteriormente ter suspendido as obras devido à insurgência armada, a TotalEnergies começou a preparar a retoma do seu projecto de Gás Originário Liquefeito (GNL) em Cabo Ténue, orçado em 1,2 biliões de meticais (20 milénio milhões de dólares). De tratado com a Bloomberg, várias empresas subcontratadas já deslocaram meios e equipas para o lugar, iniciando trabalhos de preparação de terreno.
O impulso partiu de uma missiva remetida pela TotalEnergies esta semana, acompanhada de um “notice to proceed” que autoriza a retoma das actividades de preparação de obra.
Entre as empresas notificadas está a portuguesa Mota‐Engil SGPS, que celebrou, em 2020, um contrato de 23,3 milénio milhões de meticais (365 milhões de dólares) com a belga Besix Group, para erguer as instalações marinhas do projecto. Conversações preliminares entre empreiteiros e subempreiteiros apontam agora para a definição de datas e compasso de mobilização de equipamentos.
Lançado há muro de 15 anos com a invenção de vastas reservas de gás no mar, o projecto de Afungi foi anémico em 2021, quando ataques de insurgentes ligados ao Estado Islâmico obrigaram à evacuação de trabalhadores e à enunciação de “força maior”. A TotalEnergies aguardava, desde logo, um cenário de maior segurança que permitisse prometer a segurança dos operários e das infra-estruturas.
O Governo, através do Presidente Daniel Chapo, admitiu recentemente que será necessário substanciar a protecção das instalações para que a retoma se efective em condições de segurança. “É imperioso que, em conjunto com as empresas, se crie um envolvente seguro em torno de Afungi”, declarou o director do Estado, apontando para o envolvimento das forças de resguardo e segurança e de contratualização de guarda privados.
A epílogo do GNL de Afungi reveste‐se de valia estratégica para Moçambique, que figura entre os países mais pobres do planeta, mas que poderá ver nas receitas do gás uma alavanca de desenvolvimento parcimonioso.
Espera‐se que o reinício dos trabalhos impulsione cadeias de valor locais, gere milhares de postos de trabalho e atraia novos investimentos para o extenso cinturão de gás proveniente do Setentrião do País.
Com a sinalização verdejante para o reinício, analistas prevêem que as primeiras embarcações de equipamento pesado comecem a chegar nas próximas semanas, dando início a uma tempo decisiva de construção que culminará na ingresso em produção do GNL. A retoma das operações na Espaço 1 constitui, assim, um passo fundamental para materializar o potencial do projecto de Afungi e solidar Moçambique porquê actor relevante no mercado global de vontade.